João Baveca


Amig', entendo que nom houvestes
poder d'alhur viver, e veestes
 a mia mesura, e nom vos val rem,
ca tamanho pesar mi fezestes
5       que jurei de vos nunca fazer bem.
  
Quisera-m'eu nom haver jurado,
tanto vos vejo viir coitado
a mia mesura, mas que prol vos tem?
 Ca, u vos fostes sem meu mandado,
10       jurei que nunca vos fezesse bem.
  
Por sempre serdes de mi partido,
nom vos há prol de seer viido
a mia mesura, e gram mal m'é en,
ca jurei, tanto que fostes ido,
15       que nunca jamais vos fezesse bem.



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Nota geral:

Compreendendo que o seu amigo não conseguiu estar muito tempo longe dela, e regressa agora a contar com a sua generosidade, a donzela diz-lhe que é talvez um pouco tarde: pois, quando ele partiu contra a sua vontade, jurou nunca mais lhe conceder os seus favores. E agora, embora tendo dó dele, custa-lhe quebrar essa jura.
A composição parece vir na sequência imediata da cantiga anterior do trovador, relacionando-se também com a cantiga seguinte.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 1229, V 834

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1229

Cancioneiro da Vaticana - V 834


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas