João Baveca


Pesa-mi, amiga, por vos nom mentir,
d'ũas novas que de mi e do meu
amig', e direi-vo-las eu:
dizem que lh'entendem o grand'amor
5que há comig', e, se verdade for,
por maravilha pod'a bem sair.
  
E bem vos digo que, des que oí
aquestas novas, sempre trist'andei,
ca bem entend'e bem vej'e bem sei
 10o mal que nos deste preit'averrá
pois lh'entenderem, ca posto x'é já
de morrer eu por el e el por mi.
  
Ca, poilo souberem, el partid'é
de nunca jamais viir a logar
15u me veja, tanto m'ham de guardar;
vede'lo morto por esta razom,
pois bem sabedes vós de mi que nom
poss'eu sem el viver, per bõa fé.
  
Mais Deus, que sabe o gram bem que m'el quer
20e eu a el, quando nos for mester,
nos guarde de mal, se vir ca bem é.



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Nota geral:

A donzela diz a uma amiga como está triste e receosa, pois ouviu dizer que já todos perceberam o amor que o seu amigo lhe tem. Decerto que as consequências serão funestas, nomeadamente a de ele deixar de a poder ver, o que o matará. Na finda, ela pede, pois, a proteção de Deus para os dois.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Mestria
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1226, V 831

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1226

Cancioneiro da Vaticana - V 831


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas