Martim de Caldas


Nostro Senhor, e como poderei
guardar de morte meu amig'e mi?
Ca mi dizem que se quer ir daqui,
e, se s'el for, log'eu morta serei
5       e el morto será, se me nom vir;
       mais quero-m'eu esta morte partir.
  
Ir-m'-ei com el, que sempre falarám
desta morte, que se[m] ventura for,
ca se quer ir meu lum'e meu senhor,
10e, se s'e[l] for, serei morta, de pram,
       e el morto será, se me nom vir;
       mais quero-m'eu esta morte partir.
  
Irei co[m] el mui de grado, ca nom
me sei conselho, se mi o Deus nom der,
15ca se quer ir o que mi gram bem quer,
e, se s'el for, serei morta entom
       e el morto será, se me nom vir;
       mais quero m'eu esta morte partir.



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Nota geral:

A donzela ouviu dizer que o seu amigo quer partir, e não sabe como impedir que ambos morram - porque tem a certeza que, se ele partir, ela morrerá, e, se ele não a puder ver, morrerá também. A única forma de evitar um desfecho que não deseja, será, pois, partir com ele.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1198, V 803

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1198

Cancioneiro da Vaticana - V 803


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas