Juião Bolseiro


Ai meu amigo, havedes vós per mi
  afã e coit'e desej'e nom al,
e o meu bem é todo vosso mal;
mais, pois vos eu nom posso valer i,
5       pesa-mi a mi porque paresco bem,
       pois end'a vós, meu amigo, mal vem.
  
E sei, amigo, destes olhos meus
e sei do meu fremoso parecer
que vos fazem em gram coita viver;
10mais, meu amigo, se mi valha Deus,
       pesa-mi a mi porque paresco bem,
       pois end'a vós, meu amigo, mal vem.



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Nota geral:

Sabendo como o seu amigo desespera de desejo sem que ela lhe possa valer, a donzela diz-lhe que só pode lamentar que a sua beleza lhe acarrete tanto mal.
Como se compreenderá, esta composição é, em voz feminina, um elogio indireto do trovador à própria donzela.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 1178, V 783

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1178

Cancioneiro da Vaticana - V 783


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas