| | | João Zorro |
| | | | Bailemos agora, por Deus, ai velidas, | | | | sô aquestas avelaneiras frolidas, | | | | e quem for velida, como nós velidas, | | | | se amigo amar, | | 5 | | sô aquestas avelaneiras frolidas | | | | verrá bailar. | | | | | Bailemos agora, por Deus, ai loadas, | | | | sô aquestas avelaneiras granadas, | | | | e quem for loada, como nós loadas, | | 10 | | se amigo amar, | | | | sô aquestas avelaneiras granadas | | | | verrá bailar. | |
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| Nota geral: Esta é a "bailia das avelaneiras", uma das mais célebres cantigas de amigo que os Cancioneiros nos transmitiram. Neste breve comentário chamamos apenas a atenção para o facto de as avelaneiras serem árvores associadas, em muitas culturas antigas, a ritos nupciais (ou seja, com um valor simbólico semelhante ao das flores de laranjeira atuais). Os Cancioneiros transmitiram-nos uma outra versão desta cantiga (com uma terceira estrofe), da autoria de Airas Nunes. Podendo qualquer dos autores ter retomado a cantiga do outro, parece mais provável que tenha sido Airas Nunes a retomar a anterior composição de Zorro, até pelo evidente gosto que o trovador mostra por este processo, visível em diversas outras cantigas suas. Mas também é possível, no entanto, como sugeriu Rodrigues Lapa1, que ambos tivessem partido de uma composição tradicional.
Referências 1 Lapa, Manuel Rodrigues (1964-1973), Recensão a Tavani (Giuseppe), Le poesie di Ayras Nunez, in Boletim de Filologia, Tomo XXII , Lisboa, Centro de Estudos Filológicos. Aceder à página Web
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