João, jograr


A sa vida seja muita,
deste rei de Portugal,
que cada ano mi há por fruita,
pero que eu canto mal.
5E al vou mui confortado
da mercee que m'el faz,
 e el é rei acabado
e eu som mui mao rapaz.
  
Os reis mouros e cristãos,
10mentre viver lh'hajam medo,
que el há mui bem as mãos;
e o ifante dom Pedro,
seu filho, que s'aventura
a um grand'usso matar,
 15é des i, e sempre cura
d'el-rei seu padre guardar.
  
 E al do Conde falemos,
que é irmãao d'el-rei;
e muito bem del diremos,
20segundo como apres'hei:
se fosse seu o tesouro,
que el-rei de França tem,
tam bem prata como ouro,
 daria todo a seu sem.



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Nota geral:

Cantiga de louvor a D. Afonso IV (filho e sucessor de D. Dinis), que inclui o elogio de toda a família.
Se os versos que enaltecem a sua bravura militar (e onde o jogral se refere ao medo que deverão ter "os reis mouros e cristãos") aludem à batalha do Salado (1340), esta composição será certamente uma das últimas cantigas da poesia galego-portuguesa que os cancioneiros nos transmitem.



Nota geral


Descrição

Loor
Mestria
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1116, V 707
(C 1116)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1116

Cancioneiro da Vaticana - V 707


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas