Estêvão Fernandes d'Elvas


O meu amigo que por mim o sem
perdeu, ai madre, tornad'é sandeu,
e, pois Deus quis que m'inda nom morreu
e a vós pesa de lh'eu querer bem,
5       que me quera já mal, mal me farei
       parecer, e desensandecê-l'-ei.
  
Por Deus vos rogo, mia madre, perdom,
que mi o leixedes ũa vez veer,
ca lhi quer'eu ũa cousa dizer
10per que guarrá, se me vir, e, se nom,
       que me quera já mal, mal me farei
       parecer, e desensandecê-l'-ei.
  
E el há perdudo o sem por mim
que lhi esta coita dei, madr'e senhor,
15e guarria, ca mi há mui grande amor,
se me visse, e se nom, des aqui
       que me quera já mal, mal me farei
       parecer, e desensandecê-l'-ei.



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Nota geral:

Dirigindo-se a sua mãe, a moça garante-lhe que o seu amigo já perdeu a razão por ela, mas, como a mãe não gosta dele, a única solução será tornar-se feia, de forma a curá-lo. Na verdade, como verificamos a partir da segunda estrofe, a moça tem outra solução de cura: que a sua mãe a deixe ir vê-lo, nem que seja apenas uma vez.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1091, V 682
(C 1091)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1091

Cancioneiro da Vaticana - V 682


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas