Vasco Rodrigues de Calvelo


Meus amigos, pese-vos do meu mal
e da gram coita que me faz haver
ũa dona que me tem em poder
e por que moir'; e pois m'ela nom val,
5       morrerei eu, meus amigos, por en,
        ca já perdi o dormir e o sem
  
polo seu bem! E Deus nom mi o quer dar,
senom gram coit'em que sempre vivi,
des que vi ela, que por meu mal vi;
10e pois eu tanto viv'a meu pesar,
       morrerei eu, meus amigos, por en,
       ca já perdi o dormir e o sem
  
polo seu bem, que desej'e nom hei
senom gram coita que m'ela deu já.
15E se mais vivo, mais mal me fará;
e pois eu tanto mia fazenda sei,
       morrerei eu, meus amigos, por en,
       ca já perdi o dormir e o sem.
  
E coitad'eu, que muito mal me vem
20porque quer'a mui bõa senhor bem!



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Nota geral:

O trovador pede aos seus amigos para se compadecerem do sofrimento que padece por uma dona por quem morre. E morrerá efetivamente, se ela não lhe valer, pois perdeu já a razão e o sono.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Ateúda atá finda
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 296, B 996, V 585

Cancioneiro da Ajuda - A 296

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 996

Cancioneiro da Vaticana - V 585


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas