Antroponínima

Pessoas referidas em cantigas

Rui Fafes



Descrição

Embora a sua identificação não seja imediata, até por haver homónimos na época, é possível que se trate, como sugere Luís Filipe Oliveira1, do Rui Fafes que foi alcaide de Braga (1324), estando documentado, a partir de 1332, como cavaleiro vassalo de D. Afonso IV, de quem foi ouvidor e desembargador a partir de 1334. Entre 1339 e 1340, foi ainda alcaide de Lisboa, a par do seu irmão, Martim Fafes, que, intermitentemente, desempenhará o cargo até 1344. Posteriormente foi comendador do Mosteiro de Santos da Ordem de Santiago (entre 1343 e 1347). Cavaleiro-vilão (e não apenas vilão rico como a rubrica da cantiga refere, num erro talvez voluntário) sabe-se que pertencia a uma família oriunda da Estremadura portuguesa e possuía bens no termo da vila de Santarém. Sabemos ainda que, tal como nos diz a rubrica, Rui Fafes casou com uma sobrinha do bispo Miguel Vivas, Maria Anes. As suas origens relativamente humildes e associadas com o mundo urbano estremenho, bem como o enquadramento familiar permitem assim relacioná-lo de forma mais direta com as críticas tecidas pelos trovadores aos homens de confiança de Afonso IV. Terá falecido antes de 1355, deixando três filhos: Rui Fafes II, escolar, Senhorinha e Leonor Fafes, herdeiras dos seus bens em Santarém.


Referências

1 Oliveira, Luís Filipe (2009), A Coroa, os Mestres e os Comendadores. As Ordens Militares de Avis e de Santiago (1330-1449), Faro, Universidade do Algarve.

Cantigas que referem esta pessoa



O caparom de marvi, Estêvão da Guarda
   (Na rubrica)