Antroponínima

Pessoas referidas em cantigas

Martim Fernandes de Urgeses



Descrição

Alcaide do castelo de Leiria, em tempos de Sancho II, que entregou perante a investida do infante D. Afonso durante a guerra de 1245-1248, Martim Fernandes de Urgeses surge já referenciado num documento de 1231 como cavaleiro. À altura seria alcaide da Guarda. Filho de Fernão Peres de Urgeses e Teresa Martins de Riba de Vizela, descendia de uma pequena linhagem ligada por laços de vassalagem aos Riba de Vizela e à coroa por vinculos de criação. Será referenciado em mais documentos, em 1240 e, posteriormente, em 1255. Casado em 1244 com Chamoa Gomes, filha do alcaide de Celorico, Gomes Peres da Ribeira, e, posteriormente, com Estevaninha Martins de Ataíde, terá falecido por volta da segunda metade da década de 12601.
O episódio da entrega do castelo de Leiria ao Conde de Bolonha terá marcado a memória que temos dele, já que quer Airas Peres Vuiturom, no seu escárnio, quer o Conde D. Pedro, no seu Nobiliário, traçam dele a imagem de um traidor à causa de D. Sancho II, seu suserano. A questão da traição ao rei parece, no entanto, não ser tão linear, uma vez que D. Afonso foi obrigado a investir militarmente contra o castelo e terá sido ainda obrigado a entregar contrapartidas ao alcaide, que se terá batido no seio de uma Leiria assolada por conflitos dentro e fora das muralhas (um estudo detalhado da questão é feito por Leontina Ventura e Saúl Gomes2).


Referências

1 Pizarro, José Augusto (1999), Linhagens medievais portuguesas: genealogias e estratégias 1279-1325, vol. II, Porto, Centro de Estudos de Genealogia, Heráldica e História da Família da Universidade Moderna, p. 1022.
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2 Ventura, Leontina e Gomes, Saúl (1993), "Leiria na crise de 1245-1248. Documentos para uma revisão crítica", in Revista Portuguesa de História, 28 .
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Cantigas que referem esta pessoa



À lealdade da Bezerra, que pela Beira muit'anda,, Airas Peres Vuitorom
   (Linha 11): O que vendeu Leirea muito tem que fez dereito,