Glossário

Ar


Significado: de novo (voltar a)

Cantigas em que ocorre o termo



A dona de Bagüin, Lopo Lias
   (Linha 5): que mi os ar desse,

Agora viv'eu como querria, Rui Queimado
   (Linha 6): Ca se nunca depois ar vi prazer,

Ai eu coitad'! e por que vi, Pero Garcia Burgalês
   (Linha 4): nunca jamais prazer ar vi,

Ai eu coitado! e quand'acharei quem, Pero Garcia Burgalês
   (Linha 25): mi ar veerei, se nom for a logar

- Ai mia filha, de vós saber quer'eu, João Airas de Santiago
   (Linha 3): voss'amigo, que vos nom ar falou.

Buscastes-m', ai amigo, muito mal, Juião Bolseiro
   (Linha 13): O que dissestes, se vos eu ar vir

Com'hoj'eu vivo no mundo coitado!, João Soares Coelho
   (Linha 12): mais quand'ar cuid'em qual mia senhor vi,

De quant[o] hoj'eno mundo querria, João Servando
   (Linha 10): ide-vos alhur, e quando vos ar vir,

Deste mund'outro bem nom querria, Rui Queimado
   (Linha 17): de lh'ar falar, nem sol de a veer.

Dom Ansur, per qual serviço fazedes, Vasco Peres Pardal
   (Linha 8): Quiçai depois vós ar baixar-vos-edes,

Dom Bernaldo, pesa-me que tragedes, João Baveca
   (Linha 19): ar queredes-vos vós crás acolher

Dom Marco, vej'eu muito queixar, Rui Queimado
   (Linha 10): mais ar fará-vo-lo [el], outra vez,

Dom Meendo, vós veestes, Afonso X
   (Linha 5): Ar quer[r]edes falAr migo

Dom Vuitorom, o que vos a vós deu, João Soares Coelho
   (Linha 16): e ar chamad'o comendador i,

Em grave dia, senhor, que vos vi, João Soares Coelho
   (Linha 17): ca nom sei se me vos ar veerei:

Falei noutro dia com mia senhor, Airas Nunes
   (Linha 14): nem ar quis nunca pois por mi catar.

Foi a cítola temperar, Martim Soares
   (Linha 6): e ar derom-lh'outro dom,

Gram sazom há que eu morrera já, João Garcia de Guilhade
   (Linha 3): mais ar direi-vos o que me detém

Gram sazom há, meu amigo, Martim Padrozelos
   (Linha 3): em Valong'e nom m'ar vistes

Já 'gora meu amigo filharia, Lourenço
   (Linha 14): e nom ar quis que comigo falasse,

Joam Baveca e Pero d'Ambrõa, Pedro Amigo de Sevilha
   (Linha 9): ar forom outra razom começar.

Joam Garcia tal se foi loar, João Soares Coelho
   (Linha 14): nem ar trobe por mais altas pessõas.

Mentre nom soube por mim mia senhor, Pero Garcia Burgalês
   (Linha 7): me quis gram mal e nom mi ar quis veer.

Meu amigo sei ca se foi daqui, Galisteu Fernandes
   (Linha 3): e nunca mais depois el ar dormiu,

Meu senhor, se vos aprouguer, Rui Pais de Ribela
   (Linha 3): e se vo-la eu outra vez ar der,

- Mia senhor, vim-vos rogar, Airas Moniz de Asma
   (Linha 2): por Deus, que ar pensedes

Muitas vezes em meu cuidar, João Soares Somesso
   (Linha 4): se mi ar torna pois em pesar,

Muitos me vêm preguntar, Martim Soares
   (Linha 23): que m'ar preguntem des aqui

Nom me soub'eu dos meus olhos melhor, João Soares Coelho
   (Linha 9): fazer gram mal. Mais que lhes ar fiz eu?

Nom troux'estes cavaleiros aqui, Gil Peres Conde
   (Linha 12): nem outras - per que as ar faria

Nunca tam gram coita sofri, Airas Engeitado
   (Linha 4): dela - nunca led'ar andei;

Ora vej'eu o que nunca cuidava, Fernão Garcia Esgaravunha
   (Linha 17): nunca lh'ar pude rogar, des ali,

Ora vej'eu que fiz mui gram folia, Pero Garcia Burgalês
   (Linha 28): nunca mi ar quis veer des aquel dia.

Os que nom amam nem sabem d'amor, João Baveca
   (Linha 25): mais, quand'ar vêm os que ham amor,

Pero d'Ambroa, haveredes pesar, Pero Mafaldo
   (Linha 5): nem ar chamemos, per nẽum amor

Pero vejo donas mui bem parecer, Bernal de Bonaval
   (Linha 6): nunc'ar fui led'e, cuidando, perdi

Pois que m'hei ora d'alongar, Afonso X
   (Linha 7): log'e nunca [m'end'ar] viir.

Pois tam muit'há que mia senhor nom vi, Fernão Fernandes Cogominho
   (Linha 9): viv'à noite, e vejo m'ar andar

Preguntam-me por que ando sandeu, Nuno Fernandes Torneol
   (Linha 12): E se m'ar preguntarem outra vez,

Quand'eu fui um dia vosco falar, João Airas de Santiago
   (Linha 4): mais, se vos eu outra vez ar falar,

Quant'há, senhor, que m'eu de vós parti, D. Dinis
   (Linha 15): nunca ar houv'eu pesar des entom

Quantos entendem, mia senhor, Martim Soares
   (Linha 17): Deus! com'ar poderom viver

Se eu moiro, ben'o busquei!, João Lopes de Ulhoa
   (Linha 15): fugiss'e nom ar tornass'i,

Senhor e lume destes olhos meus, João Soares Coelho
   (Linha 7): prazer nem bem; nen'o ar veerei,

Senhor fremosa, des aquel dia, Pero de Armea
   (Linha 4): nem ar fui led'e vedes por que nom:

Senhor, pois que m'agora Deus guisou, D. Dinis
   (Linha 13): E nom sei quando vos ar veerei;

- Senhor, veedes-me morrer, João Garcia de Guilhade
   (Linha 19): - Meu amig', ar direi que nom:

Um cavaleiro se comprou, Martim Soares
   (Linha 12): que, pero s'ar queira vender,

Um cavalo nom comeu, João Garcia de Guilhade
   (Linha 17): e paceu, arriçou [ar],