Paio de Cana


Amiga, o voss'amigo
soub'eu que nom mentiria,
pois que o jurad'havia
que veesse, mais vos digo
5       que há de vós mui gram medo
       porque nom veo mais cedo.
  
E rogou-m'el que vos visse
e vos dissesse mandado
que nom era perjurado,
10e vedes al que mi disse:
       que há de vós mui gram medo
       porque nom veo mais cedo.
  
E rogo-vos, ai amiga,
que bõa ventura hajades,
15que muito lho gradescades,
pois m'el roga que vos diga
       que há de vós mui gram medo
       porque nom veo mais cedo.



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Nota geral:

Na sequência direta da cantiga anterior, agora é a amiga que sossega a moça: se o amigo dela não veio, não foi por ser mentiroso e ter faltado ao prometido, mas porque, sentindo que deveria ter vindo mais cedo, está agora com medo dela. E conta-lhe que foi ele mesmo quem lhe pediu para lhe vir falar, no sentido de lhe explicar a situação. Assim sendo, ela termina pedindo à moça para ficar agradecida ao seu amigo pelo cuidado que demonstrou.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 934, V 522

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 934

Cancioneiro da Vaticana - V 522


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas