João Mendes de Briteiros


Senhor, conmigo nom posso eu poer,
nem com este cativo coraçom,
que vos nom haja milhor a querer
de quantas cousas eno mundo som.
5E, senhor, é desvairada razom
       u eu, por bem que vos quero, por en
       nom haver bem de vós per nulha rem.
  
Já meus dias assi hei a passar:
em amando, mais que outro amador,
10vós, mia senhor, que sempr'eu soub'amar
e servir mais que outro servidor.
E razom é desvairada, senhor,
       u eu, por bem que vos quero, por en
       nom haver bem de vós per nulha rem.
  
15E razom era, senhor, d'algum bem
haver de vós, d'u me tanto mal vem.



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Nota geral:

O trovador diz à sua senhora que não consegue decidir-se a deixar de a amar e que considera, pois, desvairada razão (um absurdo) não obter, da parte dela, qualquer recompensa.
A expressão citada é interessante, e isso mesmo terá considerado o trovador, que a repete nas duas estrofes da cantiga.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 860, V 446

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 860

Cancioneiro da Vaticana - V 446


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas