Afonso Pais de Braga


Ai mia senhor! quer'eu provar
se poderei sem vós viver
e veerei se hei poder
d'algũa vez sem vós morar;
5pero sei o que mi averrá,
ca mil vezes o provei já
e nunca o pud'acabar.
  
Pero quero-o começar
e forçar i meu conhocer
10e sei de mi como há seer
 - e ca vos hei pois a rogar,
e quam pouco mi durará
mia sanh'e quam bem mi será
se vos posso desensanhar
  
15escontra mi, que vos pesar
nunca fiz, nem cuid'a fazer,
mais sei-vos tam gram bem querer,
que vos faz contra mi queixar;
e pois mi Deus poder nom dá
20que vos desame, assi m'hei já
 vosc'a perder, por vos amar.



 ----- Aumentar letra ----- Diminuir letra

Nota geral:

O trovador quer tentar afastar-se da sua senhora, indo para outro lugar, mas sabe, por anteriores tentativas, que dificilmente o conseguirá. Embora o vá tentar, antecipa o que lhe acontecerá: pouco durará o seu afastamento e voltará de novo para tentar desta vez que a senhora seja menos rigorosa a seu respeito e aceite o seu amor, que agora a incomoda.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras uníssonas
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 854, V 440

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 854

Cancioneiro da Vaticana - V 440


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas