Anónimo de Santarém


Amigos, des que me parti
de mia senhor e a nom vi,
nunca fui ledo, nem dormi,
 nem me paguei de nulha rem.
5Tod'este mal sofr'e sofri
       des que me vim de Santarém.
  
Assi me tem forçad'Amor,
par Deus, por ela, que sabor
nom hei de mim; e se nom for
 10vee-la, perdud'hei o sem.
Tod'este mal sofr', e maior,
       des que me vim de Santarém.
  
O seu fremoso parecer
me faz em tal coita viver
15qual nom posso nem sei dizer,
e moiro, querendo-lhe bem.
Esto me faz Amor sofrer
       des que me vim de Santarém,
  
u ela é; e, o seu bem
20desejando, perço meu sem.



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Nota geral:

Pelas referências a Santarém, esta composição parece claramente relacionar-se com as duas que imediatamente a precedem no Cancioneiro da Ajuda. Agora o trovador conta aos seus amigos as mágoas que o Amor lhe fez sofrer desde que partiu de Santarém e se afastou da sua senhora.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 280

Cancioneiro da Ajuda - A 280


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas