Afonso Mendes de Besteiros


Amigos, nunca mereceu
homem, com'eu mereci, mal,
em meu cuidar, ca nom em al;
 mais ando-me por en sandeu:
5       por quanto mi faz cuidador
       d'haver eu bem de mia senhor.
  
Mais leixade-mi andar assi!
Pero vós hajades poder,
meus amigos, de me valer,
 10sol nom vos doades de mi:
       por quanto mi faz cuidador
       d'haver eu bem de mia senhor.
  
 Ca sei que per nẽum logar,
amigos, que nom haverei
15dela bem, por quanto cuidei;
mais leixade-m'assi andar:
       por quanto mi faz cuidador
       d'haver eu bem de mia senhor.
  
Ca o sandeu, quanto mais for
20d'amor sandeu, tant'é milhor.



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Nota geral:

O trovador, mesmo se injustamente sofredor, pede aos amigos que o deixem com a sua loucura: pensar continuamente no que nunca poderá alcançar, ou seja, o favor da sua senhora. Pois a loucura de amor quanto maior melhor (como remata na finda).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 731, V 332

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 731

Cancioneiro da Vaticana - V 332


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas