Rodrigo Anes de Vasconcelos


O voss'amig', amiga, foi sazom
que desejava no seu coraçom
outra molher, mais em vossa prisom
 está, [e] quite, por vós, doutra rem;
5e, pois al nom deseja se vós nom,
       bem seria de lhi fazerdes bem.
  
El outra dona soía querer
gram bem, amiga, e foi-vos veer
e ora já nom pod'haver prazer
10de si nem d'al, se lhi per vós nom vem;
e pois assi é no vosso poder,
       bem seria de lhi fazerdes bem.
  
El outra dona havia por senhor,
e ora Deus, por lhi fazer maior
 15coita sofrer, já mentre vivo for,
mostrou-lhi vós, por que el perd'o sem;
e, poilo assi força voss'amor,
       bem seria de lhi fazerdes bem.



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Nota geral:

Uma amiga diz à donzela que, se o seu amigo gostava anteriormente de uma outra dama, a quem servia, desde o momento em que a conheceu, ficou de tal maneira preso que não pensa em mais nada e enlouquece de desejo. Assim sendo, como diz em refrão, ela faria bem em aceitá-lo e conceder-lhe os seus favores.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 726, V 327
(C 726)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 726

Cancioneiro da Vaticana - V 327


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas