Rui Queimado


Quando meu amigo souber
que m'assanhei por el tardar
tam muito, quand'aqui chegar
e que lh'eu falar nom quiser,
5       muito terrá que baratou
       mal, porque tam muito tardou.
  
Nem tem agora el em rem
mui gram sanha que eu del hei;
quando el veer, com'eu serei
10sanhuda, parecendo bem,
       muito terrá que baratou
       mal, porque tam muito tardou.
  
E quand'el vir os olhos meus
e vir o meu bom semelhar
15e o eu nom quiser catar
nem m'ousar el catar dos seus,
       muito terrá que baratou
       mal, porque tam muito tardou.
  
Quando m'el vir bem parecer,
20com'hoj'eu sei que m'el verá,
e da coita que por mim há
nom m'ousar nulha rem dizer,
       muito terrá que baratou
       mal, porque tam muito tardou.



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Nota geral:

A moça afirma que quando o seu amigo vier e vir que ela não lhe quer falar, por estar zangada com a sua demora, logo perceberá como agiu mal. Se ele agora não faz caso da sua zanga, logo fará, quando vir a sua beleza e constatar que ela não lhe quer falar, nem sequer olhar para ele.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 714, V 315

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 714

Cancioneiro da Vaticana - V 315


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas