Nuno Fernandes Torneol


Ai madr', o meu amigo que nom vi
há gram sazom, dizem-mi que é 'qui,
       madre, per bõa fé, leda m'and'eu.
  
E sempr'eu punhei de lhi mal fazer,
5mais, pois ora vẽo por me veer,
       madre, per bõa fé, leda m'and'eu.
  
Por quanta coita el por mi levou
nom lhi poss'al fazer, mais, pois chegou,
       madre, per bõa fé, leda m'and'eu.



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Nota geral:

Dirigindo-se à mãe, a moça exprime a sua alegria por ter sabido que o seu amigo, que há muito não vê, está de regresso. Embora sempre o tenha tratado mal, e nada possa fazer em relação a isso, agora que ele chegou só pode estar alegre.
Sublinhe-se que a expressão com que termina o refrão da cantiga, leda m´and´eu, serve de refrão à bem mais célebre alba do trovador, Levad´, amigo, que dormides as manhanas frias, podendo colocar-se a hipótese de as duas cantigas estarem relacionadas.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 643, V 244

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 643

Cancioneiro da Vaticana - V 244


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas