D. Dinis


 Assi me trax coitado
e aficad'Amor
e tam atormentado
que, se Nostro Senhor
5a mia senhor nom met'em cor
 que se de mi doa, da mor-
-t'haverei prazer e sabor.
  
Ca viv'em tal cuidado
come quem sofredor
10é de mal aficado
que nom pode maior,
se mi nom val a que em for-
te ponto vi; ca já da mor-
t'hei prazer e nẽum pavor.
  
15E faço mui guisado,
pois sõo servidor
da que mi nom dá grado,
querendo-lh'eu melhor
  ca mim nem al; por en conor-
20t'eu nom hei já senom da mor-
t', [e] ende sõo desejador.



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Nota geral:

O trovador vive tão atormentado pelo Amor, que se Deus não faz com que a sua senhora se compadeça dele, o que o espera é a morte.
A cantiga é sobretudo original pelo engenhoso jogo rimático que D. Dinis utiliza para construir a rima or nos vv. 5 e 6 de cada estrofe, e que passou despercebido aos primeiros editores (que, por o não terem detetado, tiveram sérios problemas com a edição da cantiga).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras uníssonas
Palavra(s)-rima: (v. 6 de cada estrofe)
mor[te]
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 531, V 134

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 531

Cancioneiro da Vaticana - V 134


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas