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  (linha 12)

Afonso X


Senhor, justiça viimos pedir      ←
que nos façades, e faredes bem:      ←
  d'a Gris furtarom tanto, que por en      ←
nom lhi leixarom que possa cobrir;      ←
5pero atant'aprendi d'um judeu:      ←
que este furto fez uum romeu,      ←
 que foi já outros [assi] escarnir.      ←
  
E tenho que vos nom veo mentir,      ←
pelos sinaes que nos el diss'en      ←
10ca eno rostr'o trage, [e] nom tem      ←
por direito de s'end'el encobrir;      ←
  e se aquesto sofredes, bem lheu      ←
querram a outr'assi furtá-l'o seu,      ←
de que pode mui gram dano viir.      ←
  
15É romeu que Deus assi quer servir      ←
- por levar tal furt'a Jelusalém!      ←
 E sol nom cata como Gris nom tem      ←
[já] nunca cousa de que se cobrir;      ←
 ca todo quant'el despendeu e deu      ←
20dali foi - tod'aquesto [o] sei eu      ←
e quant[o] el foi levar e vistir.      ←



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Nota geral:

Curiosa composição, talvez de um Afonso X ainda Infante, em que se pede justiça ao rei numa questão de furto: Gris, provavelmente uma soldadeira, acusava um romeiro de lhe ter roubado todos os seus haveres. Pelo que se subentende da cantiga, a história seria outra e teria a ver com as relações da soldadeira com esse romeiro (e também com um judeu, que serve de testemunha). A cantiga joga maliciosamente com o dobre e mozdobre do termo "cobrir", repetido no 4º verso de cada estrofe - é nesse jogo, aliás, que assenta o equívoco.



Nota geral


Descrição

Escárnio e Maldizer
Mestria
Cobras uníssonas
Palavra(s)-rima: (v. 4 de cada estrofe)
cobrir/encobrir
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 483, V 66

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 483

Cancioneiro da Vaticana - V 66


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas