Anónimo 4


Des hojemais me quer'eu, mia senhor,
 quitar de vos mia fazenda dizer,
per bõa fé, se o puder fazer,
pois vejo que havedes gram sabor
5que vos nom diga quanto mal me vem
por vós; pero nom poderei per rem
sofrer a coita 'm que me tem Amor
  
por vós, mia senhor; ca muit'há, de pram,
que vos eu dixe toda mia razom,
10e quanto mal sofri, há gram sazom,
e qual pavor de mort'e quant'afã
por vós; e nunca fezestes por mi
 rem; mais nom poss'eu sofrer des aqui
quantas coitas meus cuidados me dam
  
15por vós, mia senhor, que sempr'amarei,
 mentr'eu for vivo, mais ca mim nem al:
perdi o sem e sofri muito mal.
 E, pois vos praz, hojemais sofrerei
de vos nom dizer rem, pois prol nom mi há
20que vo-lo diga; pero bem sei já
que desta coita morte prenderei
  
por vós, [mia] senhor, que serv'i muit'há,
prenderei morte, pois que Deus nom há
doo de mim, nem vós que sempr'amei.



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Nota geral:

O trovador promete à sua senhora calar doravante o seu amor e as suas mágoas, que antes lhe confessara, já que vê que esse silêncio lhe dará prazer. Mas assim sendo, só lhe resta a morte.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 271

Cancioneiro da Ajuda - A 271


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas