Pero Garcia Burgalês


Mais de mil vezes cuid'eu eno dia,
quando nom posso mia senhor veer,
ca lhe direi, se a vir todavia,
a mui gram coita que me faz sofrer;
5e poila vejo, vedes que mi avém:
nom lhe digo, de quanto cuido, rem,
ant'o seu mui fremoso parecer,
que me faz quanto cuido escaecer!
  
Ca, poila vejo, nom lhe digo nada
10de quanto cuid'ante que lhe direi,
u a nom vej'; e, par Deus!, mui coitada-
mente viv[o]; e, por Deus! que farei?
Ca, poila vejo, cuido sempr'entom
no seu fremoso parecer e nom
15me nembra nada, ca todo me fal
quanto lhe cuid'a dizer e dig'al!



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Nota geral:

Mais de mil vezes por dia, garante, o trovador pensa no que irá dizer à sua senhora, quando a vir. Mas, quando a vê, nada lhe diz, pois a sua beleza o faz esquecer de tudo. E se isto acontece quando a vê, quando a não vê vive uma vida desgraçada. Assim sendo, o que fará? pergunta.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

A 99, B 206

Cancioneiro da Ajuda - A 99

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 206


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas