Nuno Fernandes Torneol


Ir-vos queredes, mia senhor,
e fic'end'eu com gram pesar,
que nunca soube rem amar
ergo vós, des quando vos vi.
5E pois que vos ides daqui,
       senhor fremosa, que farei?
  
E que farei eu, pois nom vir
o vosso mui bom parecer?
Nom poderei eu mais viver,
10se me Deus contra vós nom val.
 Mais ar dizede-me vós al:
       senhor fremosa, que farei?
  
E rog'eu a Nostro Senhor
que, se vós vos fordes daquém,
15que me dê mia morte por en,
 ca muito me será mester.
E se mi a El dar nom quiser,
       senhor fremosa, que farei?
  
Pois mi assi força voss'amor
 20e nom ouso vosco guarir,
des quando me de vós partir,
eu que nom sei al bem querer
querria-me de vós saber:
       senhor fremosa, que farei?



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Nota geral:

Dirigindo-se à sua senhora, o trovador dá-lhe conta da mágoa que sente com a sua partida. Sem ela, o que fará? Só lhe restará pedir a Deus a morte.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Palavra perduda: v. 1 de cada estrofe
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 70, B 183
(C 183)

Cancioneiro da Ajuda - A 70

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 183


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas