| | | Rui Gomes de Briteiros |
| | | | Joam Fernándiz quer [ir] guerreiar | | | | e nom quer vinhas alheas talhar, | | | | mais quer queimar, ca lhi forom queimar | | | | em sa natura já ũa vegada. | | 5 | | E nom quer vinhas alheas talhar, | | | | pero tem a mais da sua talhada. | | | | | Per tod'outra guerra os quer coitar | | | | e nom quer vinhas alheas talhar, | | | | mais quer-lhe'la malada esnarigar, | | 10 | | pola sua, que trag'esnarigada. | | | | E nom quer vinhas alheas talhar, | | | | pero tem a mais da sua talhada. |
|
----- Aumentar letra
|
|
| Nota geral: De Rui Gomes de Briteiros nos chegaram esta e uma outra composição satírica, ambas visando este João Fernandes "que semelhava mouro", como nos diz a rubrica de uma outra cantiga que lhe é dirigida por Martim Soares. Muito embora esta semelhança com um mouro se limitasse, pois, ao seu aspeto físico, não se tratando de um muçulmano convertido ao cristianismo, o certo é que as composições que lhe são dirigidas giram inevitavelmente, e de forma equivoca, à volta da sua alegada qualidade de "mouro". É pois também em forma de equívoco que Rui Gomes de Briteiros constrói a sua cantiga, onde, por detrás desta história de podas de vinhas, se ocultará uma alusão à circuncisão (a que se junta, lateralmente, a alusão a uma qualquer ligação com uma criada). Acrescente-se que o ciclo em volta desta personagem datará de 1240/1241, como se depreende de referências feitas numa cantiga de João Soares Coelho que lhe é igualmente dirigida.
|
|
Nota geral
Descrição
Cantiga de Escárnio e maldizer Refrão Cobras uníssonas (Saber mais)
Fontes manuscritas
B 1543 (C 1543)
Versões musicais
Originais
Desconhecidas
Contrafactum
Desconhecidas
Composição/Recriação moderna
Desconhecidas
|