João Garcia de Guilhade


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Ai dona fea, fostes-vos queixar
que vos nunca louv'en[o] meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei todavia;
5e vedes como vos quero loar:
       dona fea, velha e sandia!
  
Dona fea, se Deus mi perdom,
pois havedes [a]tam gram coraçom
que vos eu loe, em esta razom
10vos quero já loar todavia;
e vedes qual será a loaçom:
       dona fea, velha e sandia!
  
Dona fea, nunca vos eu loei
em meu trobar, pero muito trobei;
15mais ora já um bom cantar farei
em que vos loarei todavia;
e direi-vos como vos loarei:
       dona fea, velha e sandia!
  



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Nota geral:

Uma das mais antologiadas cantigas dos Cancioneiros medievais, paródia ao elogio cortês da senhora: já que uma dona se queixa de nunca ter sido louvada pelo trovador, João Garcia de Guilhade dispõe-se agora a fazê-lo - mas à sua maneira.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1485, V 1097
(C 1485)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1485

Cancioneiro da Vaticana - V 1097


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Dona fea, velha e sandia  

Versão de Frederico de Freitas

Ai dona feia foste-vos queixar 

Versão de Fontes Rocha, Ary dos Santos

Ai Dona Fea 

Versão de Octavio Vazquez