| | | João Soares Coelho |
| | | | Jograr, mal desemparado | | | | fui eu pelo teu pescar, | | | | como que houvi a enviar | | | | aa rua por pescado; | | 5 | | por end'o dom que t'hei dado | | | | quer'ora de ti levar. | | | | | Assi cho dei, preitejado | | | | que m'houvess'a escusar | | | | da rua; e vês, jograr, | | 10 | | pois me nom hás escusado, | | | | um dom em linho dobrado | | | | pensa ora de mi o dar. | | | | | Nom ti baralh'eu mercado | | | | nem queria baralhar; | | 15 | | mais houveste-m'a pagar | | | | em truitas e, pois pagado, | | | | nom mi as dás, como hei contado, | | | | er pensa de mi contar. |
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| Nota geral: Cantiga de ritmo muito vivo, dirigida a um jogral a quem João Soares Coelho teria dado dinheiro para ir comprar peixe, evitando assim sair à rua; o jogral teria feito os seus próprios negócios, sem trazer o peixe encomendado e o trovador discute a indemnização a cobrar. Se este parece ser o seu sentido geral, a cantiga é, no entanto, algo sibilina, sendo possível, pois, que, por detrás da história dos peixes, se esconda um equívoco sobre o que é que o jogral teria andado a fazer. Vários peixes, entre os quais trutas e salmões, aparecem em algumas cantigas satíricas com um claro valor sexual. Há mesmo uma soldadeira chamada Peixota.
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Nota geral
Descrição
Cantiga de Escárnio e maldizer Mestria Cobras unÍssonas Mozdobre imperf. (vv. 2 e 4 de I e II, vv. 3 e 4 de III): pescar/ pescado, escusar/ escusado , pagar/ pagado(Saber mais)
Fontes manuscritas
V 1018
Versões musicais
Originais
Desconhecidas
Contrafactum
Desconhecidas
Composição/Recriação moderna
Desconhecidas
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