Estêvão da Guarda

Rubrica:

  

Esta cantiga de cima foi feita a um cavaleiro, que lhe apoinham que era puto.


Um cavaleiro me diss'em baldom
que me queria põer eiceiçom
mui agravada, come home cru.
E dixi-lh'entom como vos direi:
5- Si mi a poserdes, tal vo-la porrei,
        que a sençades bem atá o cu.
  
E disse-m'el: - Eiceiçom tenh'eu já
tal que vos ponha, que vos custará
 mais que quanto val aqueste meu mu.
10E dixi-lh'eu: - Poilo nom tenh'em al:
se mi a poserdes, porrei-vo-la tal,
       que a sençades bem atá o cu.
  
- Tal eiceiçom vos tenh'eu de põer -
diss'el a mim - per que do voss'haver
15vos custe tanto que fiquedes nu.
E dixi-lh'eu: - Coraçom de judeu,
se mi a poserdes, tal vos porrei eu,
       que a sençades bem atá o cu.



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Nota geral:

Entenda-se a rubrica que acompanha a cantiga: ela foi feita a um cavaleiro que tinha fama de homossexual (puto). Jogando com este facto, a cantiga remete-nos novamente para o mundo judicial, mas de uma forma bastante mais violenta do que a da cantiga que a precede nos mss., também sobre esta mesma temática.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1304, V 909
(C 1304)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1304

Cancioneiro da Vaticana - V 909


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas