João Servando


Filha, o que queredes bem
partiu-s'agora daquém
e nom vos quiso veer;
       e ides vós bem querer
5       a quem vos nom quer veer?
  
Filha, que mal baratades,
que o sem meu grad'amades,
pois que vos nom quer veer;
       e ides vós bem querer
10       a quem vos nom quer veer?
  
Por esto lhi quer'eu mal,
mia filha, e nom por al,
porque vos nom quis veer;
       e ides vós bem querer
15       a quem vos nom quer ver?
  
Andades por el chorando
e foi ora a Sam Servando
e nom vos quiso veer;
       e ides vós bem querer
20       a quem vos nom quer veer?



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Nota geral:

Dirigindo-se à filha, a mãe comenta o facto de o seu amigo ter ido à ermida de S, Servando e não a ter ido ver: como pode ela amar uma pessoa assim? É sobretudo por ele agir desta forma, acrescenta, que ela não gosta dele e acha muito errado a donzela, contrariando-a, teimar no seu amor e andar a chorar pelos cantos.
A cantiga fará parte de um grupo mais alargado de cantigas de amigo (ou ciclo) onde o trovador alude a esta relação triangular, uma delas, na voz da donzela, exatamente sobre esta mesma situação.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
Palavra(s)-rima: (v. 3 de cada estrofe)
veer
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1143bis, V 746

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1143bis

Cancioneiro da Vaticana - V 746


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas