Search in glossary
  (line 12)

João Soares Somesso


Com vosso medo, mia senhor,       ←
quer'eu agora começar      ←
ũa tal rem que acabar,      ←
se Deus quiser, nom poderei:      ←
5ca provarei d'alhur viver;      ←
e Deus nom m'en dê o poder,      ←
des que m'eu de vós alongar!      ←
  
Mais dê-mi a morte, mia senhor,       ←
Deus! E nunca me leix'estar      ←
10assi no mund'a meu pesar,      ←
come já sem vós estarei,      ←
(aquesto sei) des que viver      ←
nom poder vosco, nem veer      ←
o vosso mui bom semelhar!      ←
  
15Ca [vos] nunca Deus, mia senhor,       ←
eno mundo quis fazer par;      ←
nem outrossi non'[o] quis dar      ←
a esta coita que eu hei      ←
e haverei, des que viver      ←
20nom poder vosc'. E Deus morrer      ←
 me leix', u m'eu de vós quitar!      ←



 ----- Increase text size ----- Decrease text size

General note:

Dirigindo-se à sua senhora, o trovador diz-lhe que, com medo dela, decidiu fazer algo que talvez não consiga levar até ao fim: ir morar para longe. E pede exatamente a Deus que, mal se afaste, não o consiga fazer, mas que o faça morrer logo ali, não o deixando viver sem ela. Porque a sua dor seria então tão incomparável como a beleza dela.



General note


Description

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras uníssonas
Palavra(s)-rima: (v. 1 de cada estrofe)
mia senhor
(Learn more)


Manuscript sources

B 126

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 126


Musical versions

Originals

Unknown

Contrafactum

Unknown

Modern Composition or Recreation

Unknown