Paio Gomes Charinho


 As frores do meu amigo
briosas vam no navio,
       e vam-s[e] as frores
       daqui bem com meus amores,
5       idas som as frores,
       daqui bem com [meus amores].
  
As frores do meu amado
briosas vam [ẽ]no barco,
       e vam-s[e] as frores
10       daqui bem com meus amores,
       idas som as frores,
       daqui bem com [meus amores].
  
Briosas vam no navio
pera chegar ao ferido,
15       e vam-s[e] as frores
       daqui bem com meus amores,
       idas som as frores,
       daqui bem com [meus amores].
  
Briosas vam ẽno barco
20pera chegar ao fossado,
       e vam-s[e] as frores
       daqui bem com meus amores,
       idas som as frores,
       daqui bem com [meus amores].
  
25Pera chegar ao ferido
servir mi, corpo velido,
       e vam-s[e] as frores
       daqui bem com meus amores,
       idas som as frores,
30       daqui bem com [meus amores].
  
Pera chegar ao fossado
servir mi, corpo loado,
       e vam-s[e] as frores
       daqui bem com meus amores,
35       idas som as frores,
       daqui bem com [meus amores].



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General note:

A donzela canta os estandartes do seu amigo, erguidos garbosamente nos mastros dos navios que partem para a guerra. Onde ele irá combater em seu nome (para a servir).
Esta bela cantiga de amigo é também manifestamente auto-referencial, já que as flores de que a donzela fala são as flores de lis que integravam o brasão de Paio Gomes Charinho.



General note


Description

Cantiga de Amigo
Refrão e Paralelística
Cobras alternadas
(Learn more)


Manuscript sources

B 817, V 401

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 817

Cancioneiro da Vaticana - V 401


Musical versions

Originals

Unknown

Contrafactum

As ffroles do meu amigo      versão audio disponível

Versão de Paulina Ceremużyńska

Modern Composition or Recreation

Lá vão as flores      versão audio disponível

Versão de Fontes Rocha, Amália Rodrigues