João Lopes de Ulhoa


Que mi queredes, ai madr'e senhor?
 Ca nom hei eu no mund'outro sabor
        senom catar ali per u há viir
meu amigo, por que moiro d'amor,
 5       e nom poss'end'eu os olhos partir.
  
 Já me feristes cem vezes por en
[e] eu, mia madre, nom hei outro bem
       senom catar ali per u há viir
 meu amigo, por que perço o sem
10       e nom poss'end'eu os olhos partir.
  
Por aquel Deus que vos fez[o] nacer,
leixade-me, que nom poss'al fazer
       senom catar ali per u há viir
meu amigo, por que quero morrer,
15       e nom poss'end'eu os olhos partir.



 ----- Increase text size ----- Decrease text size

General note:

Dirigindo-se à sua mãe, a donzela diz-lhe que, por mais que ela lhe bata (mais de cem vezes já), não consegue deixar de olhar para o caminho por onde há de vir o seu amigo.
A cantiga fará parte de um ciclo de várias cantigas do trovador sobre este mesmo tema da partida do amigo.



General note


Description

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Learn more)


Manuscript sources

B 701, V 302

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 701

Cancioneiro da Vaticana - V 302


Musical versions

Originals

Unknown

Contrafactum

Unknown

Modern Composition or Recreation

Unknown