D. Dinis


De morrerdes por mi gram dereit'é,
 amigo, ca tanto paresc'eu bem
que desto mal grad'hajades vós en
e Deus bom grado, ca, per bõa fé,
5       nom é sem guisa de por mi morrer
       quem mui bem vir este meu parecer.
  
De morrerdes por mi nom vos dev'eu
 bom grado poer, ca esto fará quem quer
que bem cousir parecer de molher;
10e, pois mi Deus este parecer deu,
       nom é sem guisa de por mi morrer
       quem mui bem vir este meu parecer.
  
De vos por mi Amor assi matar,
nunca vos desto bom grado darei
15e, meu amigo, mais vos en direi:
pois me Deus quis este parecer dar,
       nom é sem guisa de por mi morrer
       quem mui bem vir este meu parecer.
  
que mi Deus deu, e podedes creer
 20que nom hei rem que vos i gradecer.



 ----- Increase text size ----- Decrease text size

General note:

Com ingénua malícia, a donzela diz ao seu amigo que, bonita como ela é, é perfeitamente natural que ele morra por ela, como fará qualquer um que a olhe atentamente. E se ela deve agradecer a Deus a sua beleza, a ele não tem nada que agradecer.



General note


Description

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Learn more)


Manuscript sources

B 591, V 194

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 591

Cancioneiro da Vaticana - V 194


Musical versions

Originals

Unknown

Contrafactum

Unknown

Modern Composition or Recreation

Unknown