Afonso X


 Dom Rodrigo, moordomo, que bem pôs a 'l-rei a mesa
quando diss'a Dom Anrique: - Pois a vosso padre pesa,
 nom lhi [de]des o castelo - esto vos digo de chão -
e dar-vos-ei em ajuda muito coteife vilão.
  
  5E dos poldrancos de Campos levarei grandes companhas
e dar-vos-ei em ajuda tôdolos de Val de Canhas;
 e des i pera meu corpo levarei tal guisamento
que nunca em nẽum tempo trouxo tal Pero Sarmento.
  
  Levarei Fernando Teles com gram peça de peões,
10todos calvos e sem lanças e com grandes sapatões;
e quem [aqu]estes matarem, creede bem, sem dultança,
que jamais en'este mundo nunca ve[e]rá vingança.



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General note:

Numa cantiga cujo contexto histórico é claro, o Infante D. Afonso, ainda herdeiro do trono, alude às graves divergências que o opuseram ao seu irmão D. Henrique, pouco depois da tomada de Sevilha em 1248, divergências que tiveram como motivo as doações feitas pelo rei a D. Henrique. Tendo D. Fernando III morrido em 1252, a cantiga deverá ter sido composta entre as duas datas.
O castelo a que o Infante alude no verso 3 será o de Morón de la Frontera, um dos que foram dados a D. Henrique por seu pai, mediante a promessa de o trocar por Jerez, aquando da sua conquista, e de prestar vassalagem ao futuro rei de Castela. Note-se que a cantiga ataca particularmente D. Rodrigo González Girón, mordomo-mor de Fernando III, apresentado como o principal instigador do não cumprimento da promessa e do confronto armado.



General note


Description

Escárnio e Maldizer
Mestria
Cobras singulares
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Manuscript sources

B 464

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 464


Musical versions

Originals

Unknown

Contrafactum

Unknown

Modern Composition or Recreation

Unknown