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Airas Engeitado


Nunca tam gram coita sofri      ←
com'ora, quando me quitei      ←
de mia senhor e m'espedi      ←
 dela - nunca led'ar andei;      ←
  5mais atanto conort'end'hei:      ←
sei bem ca lhi pesou de mi,      ←
  
quando m'eu vim e m'espedi      ←
dela; porque alá nom fiquei,       ←
 coita-m'ora por end'assi      ←
10que sol conselho nom me sei      ←
senom quanto vos eu direi:       ←
 morrer ou tornar u a vi      ←
  
bem parecer, que nunca assi       ←
outra dona vi, nem verrei;      ←
15nem cobrarei o que perdi;       ←
se a nom vir, nom viverei;      ←
mais agora eu me matei,      ←
porque d'u ela é seí      ←
  
outra vez; quando me daqui       ←
20fui e os seus olhos catei,      ←
sol nẽum mal nom me senti       ←
e fui logo led'e cantei;      ←
e se a vir, logo guarrei,      ←
ca já per aquesto guari.      ←



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Nota geral:

Tendo-se despedido e afastado da sua senhora, o trovador relata o seu estado de espírito desde então: uma tristeza que só terá fim quando regressar (morrer ou voltar para perto dela, é o belo resumo do v.12). A alegria de a olhar, que sentiu na despedida, torna, pois, inevitável o regresso.
Note-se que, neste caso, a imagem habitual da dama indiferente não aparece, já que o trovador sente que a sua partida também causou pesar à sua senhora, o que lhe dá algum conforto (vv. 5-6).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras uníssonas
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 974, V 561

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 974

Cancioneiro da Vaticana - V 561


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas