Cantiga referida em nota


Rui Fernandes de Santiago


- Madre, quer'hoj eu ir veer
meu amigo, que se quer ir
a Sevilha el-rei servir;
ai madre, ir-lo-ei veer.
5       - Filha, id'e eu vosc'irei.
- Faredes-me atam prazer,
       ca nom sei quando mi o verei.
  
Ben'o sabe Nostro Senhor
que me pesa, pois que s'ir quer,
10e veer-lo-ei, se vos prouguer,
por Deus, mia madr'e mia senhor.
       - Filha, id'e eu vosc'irei.
- Madre, faredes-m'i amor,
       ca nom sei quando mi o verei.
  
15A Sevilha se vai daqui
meu amigo por fazer bem
e i-lo-ei veer por en,
madre, se vos prouguer d'ir i.
       - Filha, id'e eu vosc'irei.
20- Madre, faredes-me bem i,
       ca nom sei quando mi o verei.



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Nota geral:

De novo em diálogo com uma mãe condescendente, a moça exprime o seu desejo de ir ver o seu amigo, que vai partir com el-rei para Sevilha (decerto para a sua conquista, em 1248), não sabendo, pois, quando o voltará a ver. A mãe. não só concorda, como adianta que a acompanhará.
A cantiga tem óbvias relações com a cantiga anterior (que parece, no entanto, tematicamente, corresponder a um momento posterior).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão, Dialogada
Cobras singulares
Dobre: (vv. 1 e 4 de cada estrofe)
veer (I), senhor (II), daqui/i (III)
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 932, V 520

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 932

Cancioneiro da Vaticana - V 520


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas