Rui Fernandes de Santiago


Madre, pois amor hei migo
tal que nom posso sofrer
que nom veja meu amigo,
       mandade-mi-o ir veer;
5       se nom, irei sem mandado
       vee-l', e sem vosso grado.
  
Gram coita me faz ousada
de vo-lo assi dizer
e, pois eu vivo coitada,
10       mandade-mi-o ir veer;
       se nom, irei sem mandado
       vee-l', e sem vosso grado.
  
E já que per mi sabedes
o bem que lh'eu sei querer,
15por quanto bem mi queredes,
       mandade-mi-o ir veer;
       se nom, irei sem mandado
       vee-l', e sem vosso grado.



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Nota geral:

A moça, sofrendo por não ver o seu amigo (um sofrimento que a faz ousada), pede à mãe que lhe dê autorização para ir ter com ele - mas acrescentando que, se não a obtiver, irá na mesma contra a vontade dela.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 930, V 518

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 930

Cancioneiro da Vaticana - V 518


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas