Rui Fernandes de Santiago


Aqueste mui gram mal d'amor
que eu por vós, mia senhor, hei,
pois outro conselho nom sei,
se prouguer a Nostro Senhor,
5       alongar-me querrei daqui
       e alongar-s'-á el de mi.
  
Nẽum conselho [nom] me sal
contra vós, nem Deus nom mi o dá,
per que perça este mal já;
10e pois mi aqui vem este mal,
       alongar-me querrei d'aqui
       e alongar-s-á el de mi.
  
E mentr'eu a guarir houver
u vos eu soía veer,
15nom haverei nunc'a perder
este mal; mais, se eu poder,
       alongar-me querrei d'aqui
       e alongar-s'-á el de mi.
  
Nem tenh'i al que seja sem
20que faça, pois vos eu falar
nom ous'ir, senhor, nem catar;
e pois m'este mal aqui vem,
       alongar-me querrei d'aqui
       e alongar-s'-á el de mi.
  
25Ca nom viverei mais des i
e alongar-s'-á end'assi.



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Nota geral:

O trovador diz à sua senhora que a única saída que vê para o seu sofrimento é afastar-se dali, de onde ela está. Não ousando sequer ir ter com ela e falar-lhe, se se afastar, poderá afastar de si este sofrimento.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 913, V 500

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 913

Cancioneiro da Vaticana - V 500


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas