Martim Moxa


Per como achamos na Santa Escritura,
o Anti-Cristo ora será na terra,
  ca se nom guarda trégoa nem postura
e cada parte vejo a volver guerra
5e fazer mal, com mêngua de justiça;
e na gent'é tam grande a cobiiça
 que nom há i conselho nem mesura.
  
Ca nom leixam [ho]spital nem egleja,
romeu nem dona, nem homem fidalgo
10nem homem d'ordem, por bõo que seja,
que nom desonrem por levar del algo.
 Forçam molheres e roubam caminhos
e nom temem [alcaides] nem [meirinhos],
[ante acham sempre quem os proteja].
  
15Perde-se [..................ades],
porque nom há homem que os defenda:
nem lavram vinhas nem lavram herdades
 nem ar têm per u se pag'a renda.
Perdem-s'as honras [ ...................]
20................................................
  prez e mesura nom som já verdades.



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Nota geral:

Martim Moxa foi, de todos os trovadores e jograis cuja obra conhecemos, aquele que mais continuamente cultivou o sirventês moral. Nesta composição, que é a primeira do grupo de cantigas deste género compostas pelo trovador a ser transcrita pelos manuscritos, ele parte da ideia de que o Anti-Cristo já estaria na terra, a avaliar pelo estado do mundo.
A parte final da cantiga chegou até nós muito incompleta, apresentando passos difíceis ou mesmo impossíveis de reconstruir.



Nota geral


Descrição

Sirventês moral
Mestria
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 887, V 471
(C 887)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 887

Cancioneiro da Vaticana - V 471


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas