Toponímia referida na cantiga:
  (linha 22)

Airas Nunes


Porque no mundo mengou a verdade,      ←
punhei um dia de a ir buscar,      ←
e, u por ela fui [a] preguntar,      ←
disserom todos: - Alhur la buscade,      ←
 5 ca de tal guisa se foi a perder      ←
que nom podemos en novas haver,      ←
nem já nom anda na irmaindade.      ←
  
 Nos moesteiros dos frades negrados      ←
a demandei, e disserom-m'assi:      ←
10- Nom busquedes vós a verdad'aqui,      ←
ca muitos anos havemos passados      ←
que nom morou nosco, per bõa fé,      ←
[nem sabemos u ela agora x'é,]      ←
e d'al havemos maiores coidados.      ←
  
  15E em Cistel, u verdade soía      ←
sempre morar, disserom-me que nom      ←
morava i havia gram sazom,      ←
nem frade d'i já a nom conhocia,      ←
 nem o abade outrossi, no estar,      ←
 20sol nom queria que foss'i pousar,      ←
e anda já fora d[a] abadia.      ←
  
Em Santiago, seend'albergado      ←
em mia pousada, chegarom romeus.      ←
Preguntei-os e disserom: - Par Deus,      ←
25muito levade'lo caminh'errado!      ←
Ca, se verdade quiserdes achar,      ←
outro caminho convém a buscar,      ←
ca nom sabem aqui dela mandado.      ←



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Nota geral:

Sirventês moral que assume a tradicional forma do lamento sobre a decadência dos valores. Aqui são especialmente visadas as ordens e instituições religiosas, as quais, devendo ser o último refúgio da verdade, a desconhecem totalmente.



Nota geral


Descrição

Sirventês moral
Mestria
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 871, V 455

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 871

Cancioneiro da Vaticana - V 455


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Porque no mundo 

Versão de Octavio Vazquez

Porque no mundo menguou a verdade      versão audio disponível

Versão de DOA