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João Garcia


A meu amigo, que eu sempr'amei,      ←
des que o vi, mui mais ca mim nem al,      ←
foi outra dona veer por meu mal;      ←
 mais eu, sandia, quando m'acordei,      ←
5       nom soub'eu al em que me del vengar      ←
       senom chorei quanto m'eu quis chorar.      ←
  
 Mailo amei ca mim nem outra rem,      ←
des que o vi, e foi-m'ora fazer      ←
tam gram pesar que houver'a morrer;      ←
10mais eu, sandia, que lhe fiz por en?      ←
       Nom soub'eu al em que me del vengar      ←
       se nom chorei quanto m'eu quis chorar.      ←
  
Sab'ora Deus que no meu coraçom      ←
nunca rem tiv[i] ẽno seu logar,      ←
15e foi-mi ora fazer tam gram pesar;      ←
mais eu, sandia, que lhe fiz entom?      ←
       nom soub'eu al em que me del vengar      ←
       se nom chorei quanto m'eu quis chorar.      ←
  



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Nota geral:

A donzela censura-se a si própria: o seu amigo, o único que sempre amou, foi encontrar-se outra mulher. E ela, louca, o que fez? Não encontrou outra vingança senão a de chorar até mais não poder.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 846, V 432

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 846

Cancioneiro da Vaticana - V 432


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas