Paio Gomes Charinho


Mia filha, nom hei eu prazer
de que parecedes tam bem,
ca voss'amigo falar vem
convosc', e ven[ho]-vos dizer
5       que nulha rem nom creades
       que vos diga - que sabiades,
  
filha, ca perderedes i,
e pesar-mi-á de coraçom;
e já Deus nunca mi perdom,
10se menç', e digo-vos assi:
       que nulha rem nom creades
       que vos diga - que sabiades,
  
filha, ca perderedes i,
e vedes que vos averrá:
15des quand'eu quiser, nom será;
[e] ora vos defend'aqui
       que nulha rem nom creades
       que vos diga - que sabiades,
  
filha, ca perderedes i
20no voss', e demais pesa a mim.



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Nota geral:

Não gostando muito de ver a sua filha tão bonita no momento em que espera pelo seu amigo, a mãe pede-lhe (ordena-lhe) para não acreditar numa única palavra do que ele lhe disser, pois isso ser-lhe-ia muito prejudicial. E a tal ponto lhe desagradaria que a filha prestasse ouvidos à conversa do amigo, que a avisa (na 3ª estrofe) de que quem manda é ela - nas suas palavras, se ela, mãe, não quiser, não haverá mais encontros.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares (rima a em II e III uníssona)
Ateúda atá finda
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 840, V 426

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 840

Cancioneiro da Vaticana - V 426


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas