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Pedro Anes Solaz


 Eu sei la dona velida      ←
 que a torto foi ferida,      ←
       ca nom ama.      ←
  
Eu sei la dona loada      ←
5que a torto foi malhada,      ←
        ca nom ama.      ←
  
Que a torto foi ferida,      ←
nunca en seja guarida,      ←
       ca nom ama.      ←
  
10Que a torto foi malhada,      ←
nunca en seja vingada,      ←
       ca nom ama.      ←
  
Ca se hoj'amig'amasse      ←
mal haja quen'a malhasse,      ←
15       ca nom ama.      ←
  
Se se d'amigo sentisse      ←
mal haja quen'a ferisse,      ←
       ca nom ama.      ←



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Nota geral:

Mais uma original cantiga de Pedro Anes Solaz: construída a partir de elementos típicos das cantigas de amigo (incluindo paralelismo), mas enunciada por uma voz que parece ser masculina e não feminina, a composição apresenta-nos, na realidade, uma cena de violência conjugal. Note-se que tanto o refrão como o final da cantiga mantêm uma curiosa relação com a cena descrita no corpo das estrofes, parecendo indicar que a culpada pela violência é, no fundo, da própria dona, que não ama quem a poderia ajudar (o trovador?)
No Cancioneiro da Ajuda, único manuscrito que nos transmite a composição (o que parece confirmar que se trata de uma voz masculina, uma vez que este manuscrito recolhe apenas, em princípio, cantigas de amor), a ordem das estrofes está um pouco alterada. Reconstruímos o paralelismo, como tinha feito Carolina Michaelis1.

Referências

1 Vasconcelos, Carolina Michaëlis de (1990), Cancioneiro da Ajuda, vol. I, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda (reimpressão da edição de Halle, 1904) .



Nota geral


Descrição

Escárnio e Maldizer
Refrão e Paralelística
Cobras alternadas (V e VI singulares)
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 281

Cancioneiro da Ajuda - A 281


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas