Anónimo de Santarém


A mais fremosa de quantas vejo
em Santarém e que mais desejo,
e em que sempre cuidando sejo,
nom ch'a direi, mais direi-ch', amigo:
5       ai Sentirigo! ai Sentirigo!
       al é Alfanx'e al Seserigo!
  
Ela e outra, amigo, vi-as,
se Deus me valha!, nom há dous dias!
Nom ch'a direi eu, ca o dirias
10e perder-t'-ias por en comigo:
       ai Sentirigo! ai Sentirigo!
       al é Alfanx'e al Seserigo!
  
Cuidand'[en'] ela já hei perdudo
o sem, amigo, e ando mudo;
15e nom sei home tam entendudo
que m'hoj'entenda a por que digo:
       ai Sentirigo! ai Sentirigo!
       al é Alfanx'e al Seserigo!



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Nota geral:

Esta é a primeira de três cantigas em que este trovador, que permanece anónimo, canta uma sua senhora de Santarém. Em todas elas, a identidade da amada é aludida em forma de um enigma construído a partir de bairros e aldeias do termo da cidade. Desse jogo com o seu auditório, que seria talvez descodificável na época, o leitor atual só poderá compreender a jocosa intenção, e não a solução do enigma.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 278

Cancioneiro da Ajuda - A 278


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas