Paio Gomes Charinho


Senhor, sempr'os olhos meus
 ham sabor de vos catar
e que os vossos pesar
nunca vejam; e, por Deus,
5       nom vos pês e catarám
       vós, que a desejar ham
  
sempr'enquanto vivo for;
ca nunca podem dormir,
nem haver bem, senom ir
10u vos vejam; e, senhor,
       nom vos pês e catarám
       vós, que a desejar ham
  
sempre, mia senhor; ca prez
nom é fazerde-lhes mal;
15mais, por Deus, e nom por al,
que os vossos taes fez,
       nom vos pês e catarám
       vós, que a desejar ham.



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Nota geral:

O trovador pede à sua senhora para não se aborrecer com o facto de a olhar continuamente, o que justifica alegando que os seus olhos não conseguem deixar de o fazer (e de a desejar).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Ateúda sem finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 815, V 399

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 815

Cancioneiro da Vaticana - V 399


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas