Fernão Froiaz


Que trist'anda meu amigo,
porque me querem levar
daqui, e, se el falar
nom poder ante comigo,
5       nunca já ledo será,
       e, se m'el nom vir, morrerá.
  
Que trist'hoje que eu sejo,
e, par Deus, que pod'e val,
morrerá, u nom jaz al,
10se m'eu for e o nom vejo,
       nunca já ledo será,
       e, se m'el nom vir, morrerá.
  
E pero nom sõo guardada
(se soubess', ia morrer),
15i-lo-ei ante veer,
ca bem sei desta vegada
       nunca já ledo será,
       e, se m'el nom vir, morrerá.
  
E, se m'el visse, guarido
20seria logo por en,
mais quite será de bem:
pois el for de mim partido,
       nunca já ledo será,
       e, se m'el nom vir, morrerá.



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Nota geral:

A moça sabe que o seu amigo anda triste porque a obrigam a partir daquele lugar e os afastam. Tenciona, mesmo assim, ir vê-lo antes da partida, até porque tem alguma liberdade de movimentos ("ninguém a guarda", como afirma na 3ª estrofe). E se esta sua breve presença o alegraria, sabe também que, quando os afastarem, ele morrerá.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 805, V 389

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 805

Cancioneiro da Vaticana - V 389


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas