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João Soares Somesso


Ai eu coitad'! Em que coita mortal      ←
que m'hoje faz ũa dona viver!      ←
Pero nom moir'e moiro por morrer,      ←
pois nom vej'ela, que vi por meu mal,      ←
5mais fremosa de quantas nunca vi      ←
donas do mund'; e se nom est assi,      ←
nunca me Deus dê bem dela, nem d'al!      ←
  
E esta x'é gram coita, direi qual:      ←
 ca esta coita nom me dá lezer,      ←
10ante mi a faz cada dia crecer.      ←
E chamo muito Deus e nom mi val,      ←
nem me val ela, por que já perdi      ←
o sem, pois por ela ensandeci.      ←
Ah, esta coita, quem viu nunca tal?      ←



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Nota geral:

Cantiga centrada na coita, o mal de amor que o trovador diz sentir por uma dama, a mais formosa de quantas jamais viu. É um mal que o faz querer morrer e que não pára de crescer, sem lhe valerem Deus nem a própria dama, por quem diz ter perdido a razão.
Note-se, como pormenor curiososo, que o trovador nunca utiliza o habitual termo senhor(a), mas sim dona (que tem sempre o sentido de mulher casada).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras uníssonas
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 105

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 105


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas