Cantiga com provérbio:
Expressão proverbial: pão de boda
  (linha 21)

João Garcia de Guilhade


Per boa fé, meu amigo,
mui bem sei eu que m'houvestes
grand'amor e estevestes
mui gram sazom bem comigo;
5mais vede-lo que vos digo:
       já safou.
  
Os grandes nossos amores
que mi e vós sempr'houvemos,
 nunca lhi cima fezemos,
10coma Brancafrol e Flores;
mais tempo de jogadores
       já safou.
  
Já eu falei em folia
convosc'[e] em gram cordura
15e em sem e em loucura,
quanto durava o dia,
mais est', ai dom J'am Garcia,
       já safou.
  
E dessa folia toda
20       já safou.
  
Já safad'é pam de voda,
       já safou.



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Nota geral:

Bela cantiga de despedida e de ruptura: o tempo dos grandes amores nunca consumados, dos jogos, das longas conversas sensatas e loucas acabou. Esse tempo de loucura acabou, e com ele qualquer ideia implícita generosa entrega ou mesmo de uma vida em comum.
Se o grupo de cantigas de amigo auto-referenciais de João Garcia de Guilhade (aqui indicadas) estão articuladas entre si, esta poderia ser a última composição desse ciclo.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
Finda (2)
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 755, V 358

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 755

Cancioneiro da Vaticana - V 358


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Per boa fé, meu amigo      versão audio disponível

Versões de Fernando Lopes-Graça