João Garcia de Guilhade


Fostes, amig', hoje vencer
na voda, em bafordar bem,
tôdolos outros e praz-m'en;
ar direi-vos outro prazer:
5       a leva do parecer da voda,
       per bõa fé, eu mi a levo toda.
  
E, poilos vencedes assi,
nunca deviam a lançar
vosc', amigo, nem bafordar;
10ar falemos logo de mi:
       a leva do parecer da voda,
       per bõa fé, eu mi a levo toda.
  
E muito mi praz do que sei
que vosso bom prez verdad'é,
15meu amigo, e, per bõa fé,
outro gram prazer vos direi:
       a leva do parecer da voda,
       per bõa fé, eu mi a levo toda.
  
A tôdalas donas pesou
20quando me virom sigo estar,
e punharom de s'afeitar,
mais praza-vos de como eu vou:
       a leva do parecer da voda
       per bõa fé, eu mi a levo toda.



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Nota geral:

Situando-se no contexto das festas de uma boda medieval, com torneios e jogos militares (como o bafordo), a donzela louva o seu amigo pela sua destreza e por ter saído vencedor em todos esses jogos, o que só confirma o seu valor. Mas também ela é uma vencedora, no caso ganhando a palma da beleza entre todas as outras (que não gostaram muito da concorrência).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 752, V 355

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 752

Cancioneiro da Vaticana - V 355


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas