João Garcia de Guilhade


Amigas, o meu amigo
dizedes que faz enfinta
em cas d'el-rei da mia cinta,
e vede'lo que vos digo:
5       mando-me-lh'eu que s'enfinga
       da mia cinta e x'a cinga.
  
De pram todas vós sabedes
que lhi dei eu de mias dõas
e que mi as dá el mui bõas,
10mais desso que mi dizedes:
       mando-me lh'eu que s'enfinga
       da mia cinta e x'a cinga.
  
Se s'el enfing'é ca x'ousa,
e direi-vos que façades:
15jamais nunca mi o digades;
e direi-vos ũa cousa:
       mando-me lh'eu que s'enfinga
       da mia cinta e x'a cinga.



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Nota geral:

Se as amigas lhe dizem que o seu amigo anda a gabar-se na corte da prenda que ela lhe deu (uma cinta, ou faixa de cintura, prenda efetivamente referida na cantiga anterior), a donzela decide-se a calá-las: se ele se gaba é porque ela lho mandou, pedindo-lhe para usar a dita cinta.
Como explicamos na respetiva nota, não é impossível que o v. 13 seja passível de duplo sentido.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 745, V 347

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 745

Cancioneiro da Vaticana - V 347


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas